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Greve dos Caminhoneiros fez produção industrial cair 10,9%

A greve dos caminhoneiros iniciada em 21 de maio deste ano afetou sensivelmente a economia do Brasil. Ela derrubou o resultado da produção industrial daquele mês, divulgou o IBGE na manhã desta quarta-feira. A queda foi de 10,9% de em relação ao mês anterior, a maior desde dezembro de 2008, quando foi de 11,2%. Em relação a maio de 2017, o tombo foi de 6,6%. É o maior recuo desde outubro de 2016. Com esses dois resultados, em maio o acumulado do ano, que no mês anterior era de expansão de 4,5%, caiu para 2%. Os economistas consultados pela Bloomberg apontavam recuo de 13,4% em relação a abril e de 10% na comparação com maio de 2017.

Com o resultado de maio, o patamar de produção da indústria retornou ao nível próximo a dezembro de 2003, ficando 23,8% abaixo do pico da série histórica iniciada em 2002, que ocorreu maio de 2011. Até abril o setor operava próximo ao patamar de produção de 2009. Entre as quatro grandes categoriad econômicas todas recuaram por conta da greve. A maior queda, em relação a abril, foi na produção de bens de consumo duráveis (-27,4%), bens de capital caiu 18,3%, bens de consumo semiduráveis recuou -12,2% e bens intermediários caíram 5,2%.

Alimentos e veículos foram setores mais afetados

Segundo André Macedo, gerente de Indústria do IBGE, a indústria de alimentos e a automotiva foram as mais afetadas pela greve dos caminhoneiros, tanto na comparação com abril quanto com maio do ano passado.

A produção de veículos no mês de maio, frente a abril, caiu 20%, para 212,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. A greve também se traduziu em vendas menores: a perda foi de 7,1%, para para 201,9 mil unidades no mês. Os dados da Anfavea, associação que representa as montadoras, mostram que a indústria automobilística deixou de produzir entre 70 e 80 mil veículos, vender cerca de 25 mil e exportar algo próximo a 15 mil unidades.

O valor das exportações de maio deste ano também ficaram abaixo dos US$ 19,7 bilhões de maio de 2017. É a primeira queda anual desde dezembro de 2016. Como tiveram dificuldade de chegar aos portos, muitos produtos deixaram de ser exportados durante o período da greve.

 

 

 

 

POR: Rita Moraes
Publicado em 04/07/2018